(ANS – Meruri) – Com os primeiros raios do sol, a comunidade salesiana reunida seguiu até o cemitério de Meruri, onde está o túmulo dos Mártires. Liderados pelo P. Ricardo Carlos, Inspetor da Missão Salesiana de Mato Grosso, foram feitas as orações em agradecimento a Deus Pai pelo dom do martírio que Ele concedeu à Igreja de Mato Grosso, à Congregação Salesiana e à Inspetoria de Campo Grande.
“O martírio não é fruto de uma programação pessoal, mas dom de Deus, aceito, porém, com liberdade e alegria. Como Jesus que, embora sentindo a amargura do cálice, angustiado pelo peso do sofrimento, ofereceu-se “livremente à paixão” (Oração Eucarística II), o Padre Rodolfo Lunkenbein e Simão Bororo, que estavam trabalhando até o momento em que entregaram a vida, foram corajosamente ao encontro do supremo sacrifício”, afirmou o Secretário Inspetorial da BCG, P. João Bosco Monteiro Maciel.
O então inspetor da Missão Salesiana de Mato Grosso em 1976, P. Walter Bini, declarou que P. Rodolfo, “antes de dar a vida toda de uma vez e de repente, gastou-a dia por dia, no trabalho rotineiro da Missão, que só poderia ter-se sustentado por um grande amor e por uma total consagração. Desta forma, o sacerdote enfrentou o ódio e a injustiça tentando até o fim resolver tudo na paz e no diálogo. Simão, não temendo a violência e a força, correu para defender seu irmão, seu pastor, seu amigo”.
Ainda no começo da manhã, o Inspetor Salesiano plantou uma jabuticabeira no pátio interno da Missão de Meruri, como sinal de vida destes 45 anos do martírio do P. Rodolfo e Simão. Em seguida, presidiu a Celebração Eucarística, na capela da comunidade, em memória aos Servos de Deus. A missa foi concelebrada pelos demais Coirmãos salesianos da comunidade de outras presenças próximas: P. Andelson Dias de Oliveira, P. João Bosco Maciel, P. Euller da Silva, P. Miguel Paes da Silva, P. Joseph Tran Van Lich, P. Beatus Volkmar Tola, P. Douglas Chrystiano Silva Souza e P. José Marcos de Oliveira.
A devoção aos Servos de Deus é muito forte na região, pelo exemplo deixado pelos dois, especialmente, claro, pelo conterrâneo Simão, o qual, segundo o relato de testemunhas, como Jesus, perdoou seus assassinos e morreu rezando por seus inimigos. “Simão deu sua vida para defender o seu Irmão missionário, que era sacrificado pela vida de seus Irmãos bororos. E assim com o sangue dos dois foi selada uma aliança de amizade e de paz entre a Missão e o Povo bororo”, afirmou o P. João Bosco Maciel, na proposta de celebração especial para este dia, enviada a toda a Família Salesiana.
Euclides Fernandes Brites