BIOGRAFIA

Padre Rodolfo Komorek

Nasce Rodolfo José Komorek em Bielsko- Baila (Polônia) em 11 de outubro de 1890 e foi batizado em 30 de novembro do mesmo ano, sendo  educado por seus pais, João e Inês, aos sentimentos de piedade e grande delicadeza de consciência. Ainda jovem, ouviu a voz do Senhor chamando-o ao serviço do altar: seguiu-o com alegria e, no final dos seus estudos filosóficos e teológicos, foi ordenado sacerdote a 22 de julho de 1913.

Depois de ter exercido com zelo o ministério sacerdotal na sua diocese de origem e entre os soldados da 1ª Guerra Mundial, movido pelo desejo de se consagrar às missões, em 1922 pediu e conseguiu ser admitido na Congregação Salesiana. Em 1924, logo após o triênio de profissão, os superiores, acatando seu desejo, o enviaram ao Brasil, onde passou os últimos 25 anos de sua vida, posteriormente fazendo o máximo pelas almas do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

Era um homem de dever e sacrifício, nunca se ouviu dele alguma reclamação, recriminação, palavra áspera nos lábios: tinha o sorriso e a bondade dos santos.  Em São José dos Campos, para onde foi enviado em 1941 por motivos de saúde, edificou a todos com o seu grande espírito de penitência e conformidade com a vontade de Deus e com recolhimento contínuo e espírito de oração. Ele morreu em 11 de dezembro de 1949, com grande fama de santidade.

Quem é o Padre
Rodolfo Komorek?

O Padre Rodolfo Komorek, foi um homem de fé profunda e transparente, iluminada pela esperança. Porque, homem de Deus, o Padre Rodolfo era de fato “tudo para todos”. Foi um daqueles homens que Deus envia providencialmente, na hora exata, para manifestarem já aqui neste mundo a presença dos bens celestes. Homem de Deus, apóstolo dos pobres e humildes, humilde também ele, penitente, casto, obediente e pobre, foi aquele que viveu, em amorosa união com Deus, o seu sacerdócio e a sua consagração religiosa, com impressionante precisão.

Em espírito de fé e de amor para com a vontade de Deus, foi aquele que viveu a virtude e o voto de obediência, a exemplo de Cristo, obediente até à morte. Fiel ao chamado divino, foi aquele que dedicou-se de corpo e alma à obra do Evangelho, renunciando a si mesmo, enriquecendo dia a dia a própria personalidade no exato cumprimento da vontade de Deus. A exemplo de Cristo, foi aquele que evangelizou os pobres, sanou os contritos de coração. Não conseguia entender a dedicação ao próximo sem a prática de uma pobreza radical, incondicional. No espírito da Igreja que se quer pobre, consagrou a eles, ainda que não de forma exclusiva, o melhor de suas atenções.

Na Polônia como no Brasil, na juventude como na maturidade. O Padre Rodolfo Komorek foi sempre e em toda a parte, o sacerdote e o religioso exemplar, a atrair os outros para Deus com o fascínio do seu exemplo. Por isso, não são de estranhar as aproximações que dele se fizeram com S. Francisco de Assis, S. Pedro de Alcântara, S. Luís Gonzaga… Disso nos convencemos à proporção que conhecemos a sua biografia: sobram razões ao povo de todas as classes quando o denominavam de o “Padre Santo”.

Linha do Tempo do
Padre Rodolfo Komorek

  • 1890Nasce Rodolfo José Komorek em Bielsko-Baila (Silésia, Polônia)

    A 11 de outubro de 1890. Seus pais: João Komorek (ferreiro) e Inês Gach (parteira). Seus irmãos: Maria (dona-de-casa), Roberto (engenheiro), João (artista cantor), Wanda (professora) e Leopoldo (industrial). Valéria morreu logo após o batismo. O ambiente familiar proporcionou aos filhos sólida educação cristã.

     

    "Desde menino era bom e piedoso. Assim também como estudante de ginásio. Era o melhor dos seis filhos. [...] Era humilde, falava pouco, rezava, estudava com afinco até noite adiantada. Muitas vezes adormeceu por cima dos livros. Não fazia mal a ninguém. Seu boletim era sempre o melhor" (carta de sua irmã Wanda). .

  • 1909Seminário de Weidenau

    Conseguida a madureza clássica, entra, em 30 de setembro, para o seminário de Weidenau, agregado ao seminário de Breslau, onde se preparavam os padres para a Silésia do Sul, então sob dominação austríaca. Recebe a batina.

    "No seminário, pela sua bondade, todos lhe queriam bem, amavam-no muito e, desde então, chamavam-lhe de São Luís" (carta de sua irmã Wanda).

  • 1913Ordenação Sacerdotal

    Ordens menores, a 11 de março. Subdiaconato a 15 do mesmo mês, das mãos do Cardeal Kopp, que, a 22 de julho, lhe confere a ordenação sacerdotal. Em agosto é nomeado vigário cooperador em Strumien, onde permanece durante sete meses.

  • 1914Alista-se como voluntário no serviço militar

    A 1º. de março transfere-se para Zagrzeb e depois para Skoczow (como Strumien, aglomerados urbanos nos arredores de Bielsko). Deflagrada a Primeira Guerra Mundial, alista-se como voluntário no serviço militar. É capelão militar nos hospitais militares de Cracóvia e Borgo.

     

    "Visitei-o uma vez no hospital de Cracóvia, quando do meu licenciamento do front. Os doentes o amavam muito. Estava sempre no meio deles, procurando aliviar-lhes os sofrimentos" (carta de seu irmão Roberto).

  • 1916É agraciado com a medalha do mérito da Cruz Vermelha

    Pede para ser enviado à frente de batalha. Recebe a cruz espiritual do mérito e é agraciado com a medalha do mérito da Cruz Vermelha.

    "Excelente e sacrificado serviço diante do inimigo. Desde o início da guerra, como capelão do hospital de guarnição, desempenhou os seus deveres com zelo verdadeiramente fora do comum, pronto dia e noite para dispensar aos feridos e doentes o conforto espiritual. Raro exemplo de sacerdote que se consuma de modo ideal pelos compromissos da própria vocação. Merece ser condecorado pela suprema Autoridade" (carta de Carlos Kuk, chefe da provisão; e Francisco Kanik, marechal).

  • 1918É feito prisioneiro em Trento (Itália)

    Atendido no seu pedido, em meados de novembro parte como capelão para o front italiano do Tirol. Assinado o Armistício (11 de novembro), é feito prisioneiro em Trento até fins de dezembro. Lhe amadureceu aí a vocação religiosa.

  • 1919Licença para fazer-se religioso

    A partir de 1º. de janeiro é vigário cooperador em Pogwizdow. Solicita à Cúria de Breslau, licença para fazer-se religioso. Por necessidade da diocese é feito novamente vigário cooperador em Frystak, última etapa do seu trabalho no clero diocesano.

  • 1921Agora licenciado

    O Cardeal Bertram concede-lhe a autorização solicitada.

  • 1922Ingressa como aspirante na Casa Salesiana

    Morre-lhe a mãe, que não suportava a idéia de separar-se do filho desejoso de partir para as missões. Em seus últimos momentos, Pe. Rodolfo conforta-a, administra-lhe os sacramentos, pede e obtém licença para partir. A 7 de julho ingressa como aspirante na Casa salesiana de Oswiecin. A 8 de agosto desse ano parte com os colegas para o noviciado de Klecza Dolna. O mestre de noviços chegou a dizer confidencialmente aos colegas do Venerável: "Um dia sereis chamados a depor na Causa de Beatificação do Pe. Rodolfo".

  • 1923Primeira profissão trienal

    Primeira profissão trienal (1º. de novembro) em Klecza Dolna. Passa um ano na Casa salesiana de Przemysl (paróquia e escola para organistas) como vigário cooperador, aguardando a possibilidade de partir para as missões.

  • 1924Parte para o Brasil

    Em fins de outubro, recebe na Casa-Mãe dos Salesianos em Turim (Itália), 'o crucifixo dos missionários das mãos do Beato Pe. Filipe Rinaldi, Reitor Mor'. A 10 de novembro, parte para o Brasil, chegando ao Rio em 27 de novembro. É enviado a trabalhar em São Feliciano (hoje Dom Feliciano - RS), 5.° distrito de Encruzilhada do Sul, entre os colonos poloneses. Aí chega no dia 21 de dezembro.

  • 1927Renovou os votos

    Em 12 de fevereiro renova os votos em Bagé (RS). Recebe-os, como delegado do Pe. Inspetor, o Pe. Teófilo Tworz.

     

    "[... ] O Pe. Rodolfo Komorek é modelo de todas as virtudes necessárias a um salesiano. [ ... ] Em consciência, posso afirmar e afirmo no Senhor que o Pe. Komorek é, em minha opinião, digno de ser aceito como professo perpétuo na nossa Sociedade de São Francisco de Sales (Salesianos). O seu zelo pela salvação das almas e especialmente a assiduidade ao confessionário e a sua mortificação são admiráveis. Em matéria de castidade, pobreza e obediência é muito exemplar" (Pe. Constantino Zajkowski, SDB, superior do Pe. Rodolfo em São Feliciano).

  • 1929Enviado a Niterói (RJ)

    Como preparação aos votos perpétuos é enviado a Niterói, na qualidade de adido ao Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora.

     

    "Posso afirmar até com juramento, se preciso, que sempre tive o Pe. Rodolfo na conta de santo. Admirei, naqueles três anos de Niterói, a sua exemplar observância religiosa, o seu espírito de penitência a toda a prova e a delicada e serviçal caridade para com todos. Afirmo não ter observado nele nenhuma falta, nem mesmo venial, nem sequer imperfeição: ao contrário, extasiei-me diante de uma escrupulosa observância religiosa, dum zelo sacrificado pelas almas e duma encantadora caridade para com todos. Todos indistintamente, superiores, alunos, empregados e povo de Niterói, o amavam, admiravam e reverenciavam" (Pe. Pedro Pinto)

  • 1930Lavrinhas ( SP)

    Em 28 de janeiro faz a profissão perpétua, em Lavrinhas (SP).

  • 1934Luis Alves ( SC)

    É enviado a Luís Alves (SC) para cuidar dos colonos italianos, alemães e poloneses.

  • 1936Confessor e Professor ao seminário de Lavrinhas (SP)

    É destinado como confessor e professor ao seminário de Lavrinhas (aspirantado e, então, estudantado filosófico ).

     

    "Tenho certeza de que vou mandar para aí um santo" (carta do Pe. André Dell'Oca, inspetor).

  • 1941Recolhe-se à Residência salesiana de São José dos Campos (SP)

    Dia 20 de janeiro à noite, doente dos pulmões, recolhe-se à Residência salesiana de São José dos Campos (SP).

     

    "Volta a esta Casa o Sr. Pe. Rodolfo Komorek, recebido com muita veneração por todos. Ele inicia a sua cura" (crônica da Casa).

  • 1949Santa Morte

    Falece no Sanatório Vicentina Aranha, às 23:20 de 11 de dezembro. No dia seguinte é sepultado no cemitério local. Seus funerais paralisam a cidade.