Só quem está unido a Cristo pode anunciá-lo de fato. Podia fazê-lo o Pe. Rodolfo. Suas palavras, cheias de unção, atingiam todos os ouvintes, fazendo-lhes grande bem. Nunca pregando a si mesmo, proclamou sempre que “em Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, morto e ressuscitado, a salvação é oferecida a todos os homens como dom da graça e da misericórdia do mesmo Deus” (EN 27).
Foi o apóstolo do amor e do perdão. Dono de uma grande espiritualidade profundamente vivida, seus sermões eram sempre frutuosos, porque mais pregava seu testemunho de vida que as palavras que brotavam de seus lábios.
Num manuscrito em que enfileirou alguns pensamentos, transborda a convicção que sempre o norteou: “A alma interior, pela união com Deus, exerce mais apostolado do que se se dedicasse a um apostolado exterior”.
Longe de paralisá-lo, como alguém poderia temer, essa convicção jamais desmentida movia-o a uma ação sacrificada que o levava, a pé, aos lugares mais distantes para anunciar a Palavra de Deus, para atender os doentes, para distribuir o perdão, para servir.
Edificante o seu zelo em ensinar o catecismo. Aproveitava todas as oportunidades para falar de Deus. Assim fazia com os empregados da casa em que residia, com os pobres, com pessoas de pouca ou nenhuma cultura, com as crianças. Às vezes parava na rua e dirigia uma palavrinha a um menino ou a uma pessoa do povo. Ao pobre que batia à porta, ou comia da comida que viera mendigar, oferecia sempre o alimento substancial da Palavra de Deus. A doutrina em porções pequeninas mas salutares.
A Palavra de Deus que o Pe. Rodolfo anunciava tão generosamente visava sempre a provocar no ouvinte a resposta da conversão. Por isso dedicava horas intermináveis ao sacramento da reconciliação. (…)
Um exemplo admirável de quem de fato compreendia o valor do sacramento do perdão. Mostrou-se sempre disponível. Mesmo quando a doença progrediu, e praticamente já não tinha pulmões, arrastava pelas ruas o corpo debilitado a fim de atender os penitentes. Ninguém tinha receio de aproximar-se do santo confessor, apesar de o saberem gravemente doente.
Ele tudo ouvia, movendo ligeiramente a cabeça, como um convite à sinceridade e demonstração de que compreendia bem as dificuldades e angústias que lhe eram confidenciadas. Nunca deixou que alguém se afastasse do confessionário sem a solução das suas dúvidas, por vezes ainda antes que as manifestassem. Deixava nos penitentes a impressão de se terem confessado com um santo. E assim, graças a sua direção segura e convincente, numerosas pessoas aceleraram o passo no caminho da felicidade. Como muitos pecadores mudaram radicalmente de vida.
Não seria completo para o Pe. Rodolfo o anúncio da Boa Nova, se não falasse de Maria. A Estrela da Evangelização esteve sempre em seu anúncio. Proporcionava-lhe oportunidade para a catequese. Quando, para citar um exemplo, a estátua de Nossa Senhora Auxiliadora visitava, em Niterói, as famílias da paróquia, ia todas as noites à casa da família que hospedava Maria e dava aí alguma instrução a pessoas que de hábito não iam à Igreja, deixando todos edificados com suas maneiras gentis e com a agradável exposição da doutrina.
O Pe. Rodolfo foi sempre um autêntico evangelizador, pela palavra e pela vida.
Texto de Pe. Fausto Santa Catarina publicado no Informativo “Conheça o Pe. Rodolfo – O Padre Santo” Nº9/ década de 90.