Mãos frias, coração quente

Uma das características da adolescência de Komórek fora o despontar do espírito de penitência. O ingresso no seminário veio dar vazão aos impulsos generosos de seu coração.

Sua irmã Wanda escreve, referindo-se a essa etapa:

“Foi aí que começou a fazer mortificações, especialmente durante a quaresma. Sempre por ordem do reitor do seminário comia carne na quaresma, e apenas por obediência. A única que sei daquele tempo é que ele estava magro”.

O mesmo fato é testemunhado por um de seus discípulos, o Pe. Agostinho Pohl, decano e pároco de Skoczów (Polônia):

“Com o Pe. Rodolfo, estive no seminário durante três anos, em Weidenau. Quando veio para o seminário, não queria comer carne. Então o padre reitor ordenou-lhe que comesse; comia por obediência, mas muito pouco”.

Outro companheiro de Komórek, o Pe. Ludwik Kojzar, declara:

“Com o falecido Pe. Rodolfo Komórek estive no seminário de Widnawa durante três anos: 1910-1913. Como seminarista, o Pe. Rodolfo distinguia-se pela sua piedade, humildade, mortificação e aplicação. Diariamente o encontrávamos, nas horas livres, ajoelhado na capela, numa oração profunda. Para os seus colegas seminaristas era muito gentil, sincero e prestava qualquer serviço”.

O espírito de penitência do seminarista Rodolfo é atestado também por dois outros sacerdotes.

“Quando eu era pároco em Kamienica, – afirma o sacerdote Roberto Klisz, – e ele estudante de teologia, veio visitar-me uma vez no tempo de inverno. Então pude perceber seu desejo de fazer penitência pelos outros. Tinha os dedos inchados pelo frio e nada colocava para aliviar a dor. Este espírito de penitência deu-me a impressão de ter diante de mim um candidato à santidade. Isto posso atestar sob juramento”.

Eis como o Pe. Jorge Nitsch, ex-inspetor salesiano da Áustria, narrava sua impressões ao conhecer o seminarista Komórek, seu compatriota:

“Conheci o Pe. Rodolfo justamente nas férias se seminário (Natal, Pascoa e ferias de verão), quando ele voltava para Bielsko. Era uma figura alta, magra e ascética, de rosto afilado e pálido de aspecto. Durante o inverno apresentava a face lívida e as mãos inchadas de frio. Como naquela ocasião eu estava pensando em fazer-me sacerdote, contra os desejos de minha família, que queria ver-me médico, um parente dizia, quase para me afrontar: “Se quiseres ser padre, deverás fazer tantos jejuns como o Komórek…”

Se as mãos estavam com frequência geladas, o coração permanecia sempre repleto de fervor espiritual.

É ainda o Pe. Nitsch quem nos narra:

“Edificava a todos com a sua atitude modesta e recolhida. Recordo-me ainda que, durante a Missa e outras funções sagradas na igreja paroquial, ele permanecia em seu lugar no presbitério, com as mãos juntas, a cabeça baixa, imóvel, em oração e recolhimento”.

E o Pe. Agostinho, seu companheiro:

“Distinguia-se pela grande piedade. Passava o tempo livre na capela, em adoração ao Santíssimo Sacramento. Em vista disso, o diretor do seminário o nomeou sacristão. Desempenhava esse ofício escrupulosamente”.

Com razão, pois, sua irmã Wanda podia afirmar:

“No seminário, por sua bondade, todos lhe queriam bem, o amavam muito, e desde o então o chamavam um ‘São Luís’ “.(1)

(1) Carta de Wanda Komórek. Bielsko, 8 de fev. 1953, doc. 3.

Esses depoimentos foram recolhidos na Polônia, pelo Pe. Estanislau Rokita, pelo Pe. Luciano Strada e por Wanda Komórek. Fazem parte do Livro: UMA PRESENÇA ENTRE OS POBRES, de Riolando Azzi, que é usado pelo blog como uma importante ferramenta para a divulgação da vida do Venerável Padre Rodolfo Komórek, onde o autor nos conta a história desse santo sacerdote com depoimentos interessantes e edificantes.

Esperamos a cada postagem aumentar o conhecimento e devoção ao Pe. Rodolfo.

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